Amanhã iremos conhecer as medidas aprovadas pelo Governo. Certamente, a estratégia seguida não deverá fugir muito à proposta apresentada pela equipa do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, nas convencionadas “reuniões do Infarmed”.
Afinal de contas, quem define os oradores e os temas é o próprio Governo, e a proposta mereceu a aprovação generalizada da opinião pública. Não seria de supor o contrário, o modelo é racional e gradualista, tendo o enorme valor podermos saber as consequências da evolução epidémica, incluindo o próprio Governo. Os vários setores e atividades económicas vêm reduzido o grau de incerteza, e podem planear a sua reativação. Já lá vai o tempo da putativa descriminação dos mapas epidemiológicos, ou da arbitrariedade de decisões, e assume-se um modelo de níveis de risco, faseado e transparente.
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Se este modelo foi desvendado para a gestão do desconfinamento, fica a pergunta do porquê não ter sido apresentado um modelo similar para a gestão da pandemia. Aliás, como vários atores solicitam desde o final do primeiro semestre de 2020, e muitos países apresentaram no verão passado. Imagino que, os mesmos académicos tenham preparado idêntico exercício.
O sucesso do desconfinamento dependerá de vários outros fatores. Como advoga a OMS há um ano, do lado do sistema de saúde, as estratégias “testar, seguir e isolar” e a vacinação são as mais relevantes. A primeira depende apenas da nossa capacidade para colocar os meios no terreno, apesar de várias notícias lançadas nas últimas semanas, tardam em se concretizar. A segunda, da nossa capacidade de organização, mas também da disponibilização de vacinas.
#Hoje é a minha crónica semanal publicada no Jornal de Notícias às quartas-feiras.
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