Iniciou-se o desconfinamento. Finalmente. A 15 de março, estavam internadas 996 pessoas por covid-19. Para nos apercebermos da prudência desta decisão, teremos de recuar a 15 de outubro para observarmos valores inferiores de doentes internados. No campo da irracionalidade, podemos verificar que a 21 de dezembro estavam internados 3158 doentes.

Com mais ou menos variáveis, diagramas ou certezas, existe um caminho para o desconfinamento. O nosso empenho coletivo, a implementação da estratégia “testar, seguir e isolar” e a vacinação são os fatores primordiais para o seu sucesso.

Em janeiro, ao contrário do observado na primeira vaga, muitas unidades de saúde entraram em rutura e existe uma exaustão generalizada dos seus profissionais. Os doentes a quem não foram prestados cuidados de saúde regulares avolumam-se, e a dependência das famílias dos serviços públicos de saúde é crescente.

Apesar da enorme pressão esperada, a retoma oferece uma oportunidade única para redesenharmos o sistema de saúde. Ao refletirmos sobre as ideias e boas práticas adquiridas durante a pandemia, encontramos soluções para um sistema mais focado no doente, coordenado, equitativo e sustentável. A forma como reagimos à pandemia demonstra que um sistema muitas vezes pesado pode introduzir mudanças rápidas e inovadoras. Não há razão para voltarmos ao sistema que tínhamos, e este é o momento para construir algo melhor.

É o convite que deixo ao Ministério da Saúde. Convoque todos os interessados para a discussão séria e construtiva sobre o sistema de saúde português. A janela começa a fechar-se.

#H Today is my weekly chronicle published in Newspaper on Wednesdays.

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