O plano de vacinação foi apresentado. Sujeito a críticas e a elogios, é, neste contexto, que uma democracia se desenvolve.

No contexto pandémico, a redução do acesso a cuidados de saúde é uma inevitabilidade. O redirecionamento dos limitados recursos do sistema de saúde para responder à covid-19, a introdução de novos circuitos e procedimentos e o receio dos doentes em aceder às instituições de saúde estão, entre os principais motivos, para esta limitação.

Resposta à covid-19 e às áreas não covid-19

Contudo, estas condicionantes não são uma fatalidade. Podem ser desenvolvidos programas de comunicação para a população em geral, particularmente para grupos mais vulneráveis, garantindo a segurança das unidades de saúde.

Face à limitação de recursos, poderiam ser identificadas prioridades de saúde e redirecionar os meios existentes para essas áreas. Processos de menor valor poderiam ser substituídos por automação ou realizados por outros profissionais, libertando médicos e enfermeiros para a prestação de cuidados essenciais. Novas tecnologias poderiam ser disseminadas de forma organizada, alargando o âmbito e a cobertura do sistema de saúde.

Tal como o plano de vacinação, a resposta à covid-19 e às áreas não covid-19 mereciam planificação e equipas responsáveis pela sua implementação.

Não vale a pena desvalorizar, ou mitigar, os efeitos da quebra de acesso a cuidados de saúde. Todos sabemos que muitos ficaram para trás. Não tinha que ser assim.

Crónica semanal #hoje, publicada no Jornal de Notícias de 9 de dezembro de 2020

Pode ser lida on here

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