A covid-19 trouxe-nos mais incerteza. Uma aceleração das ferramentas tecnológicas e uma enorme vontade de mudar. Quase como se tudo o que passámos tivesse como razão maior a construção de uma sociedade melhorada. Numa realidade tão volátil, faz sentido planear em Saúde?

Entre todos os setores económicos e sociais, a Saúde é porventura das áreas que maior consumo de tempo exige entre a decisão e a operação. Geralmente damos como exemplo a formação médica em que para treinarmos um especialista necessitamos mais de nove anos. Outras profissões de saúde especializadas, sempre mais de cinco anos. Sem esquecer o papel da experiência e do conhecimento adquiridos nos resultados alcançados. Quantos anos demora a constituição de uma equipa proficiente em transplantação hepática ou pulmonar?

Tudo isto está ao virar da esquina.

Imaginem agora que atingiremos o nível de digitalização e serviço do comércio de retalho e da banca. Que prestaremos cuidados na sua casa, evitando as suas deslocações ao hospital, ao centro de saúde ou à farmácia. Que preveniremos a sua doença através do poder dos dados clínicos, da genómica e da sua experiência pessoal. Tudo isto está ao virar da esquina.

As ideias de há 20 anos, apesar de boas, já não são parte da solução. É necessário apostar num novo caminho focado em serviços integrados e centrados nos doentes e nas suas famílias. Longe vai o tempo do planeamento centralizado quinquenal, mas para fazermos o caminho convém pavimentar a estrada.

#Hoje é a minha crónica semanal publicada no Jornal de Notícias às quartas-feiras.

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