O coordenador da task force de vacinação contra a covid-19 vai passar a ser ouvido regulamente no Parlamento. Para um decisor existe sempre o risco de errar – mesmo não decidindo. Numa crise, a urgência aumenta este risco.
À semelhança da estratégia agora seguida para a gestão da vacinação, no início da pandemia muitas vozes apelaram para que fosse adotada uma abordagem semelhante. À época, apostou-se numa gestão política de modelo centralista. Devido ao confinamento atempado, acrescida autonomia e à capacidade técnica das instituições atingidas, o resultado foi positivo.
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Para a resposta à quebra de cuidados de saúde, e preparação para uma segunda vaga, mais vozes destacaram a necessidade de planeamento e gestão de meios. Confiante, face aos resultados da primeira vaga, a decisão passou por manter o modelo de resposta até aí seguido. Na emergência da segunda vaga, o permanente improviso clarificou o erro da trajetória. Reconheçamos que, o decisor fez o melhor que soube. Face aos resultados, aprendeu e criou a task force de vacinação. Nunca conheceremos o impacto da existência de um modelo similar para a covid-19, ou para o acesso a cuidados de saúde. Pedia-se também ao Parlamento que aprendesse. Quando vai acompanhar o acesso? Para quem está doente, o tempo conta.
Ao aproximarmo-nos do epílogo proporcionado pela vacinação, passamos a uma nova dinâmica. Daqui a dias iniciaremos a excitante narrativa da contabilização diária dos vacinados. Finamente, o homem sobrepõe-se à ameaça da natureza. Afinal de contas, neste Natal precisamos, mais do que nunca, acreditar num final feliz.
#Hoje é a minha crónica semanal publicada no Jornal de Notícias às quartas-feiras.
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