Esta é uma crónica de uma pandemia que nos consome há largos meses. Amiúde, veem-se as ambulâncias a passar. Do dia se faz noite. E vislumbram-se os seus pirilampos azuis, intermitentes. Em cada uma um rosto, um doente, uma vida.

A tarefa não era nada simples. Ninguém estava preparado. Mas também nunca soubemos tanto na nossa breve história da humanidade.

A realidade não poderia ser uma surpresa, tal como os instrumentos para o seu controlo.

Chegados a 2021, após a administração apoteótica da primeira vacina, assistimos, quase passivamente, a um crescimento do número de casos e de mortes (pessoas). Ao longo das últimas semanas, esta evolução dramática colocou em causa, de forma progressiva, a capacidade de resposta dos hospitais. Inexoravelmente, sem meios no terreno para contrariar. Para o nível de conhecimento e de experiência que dispomos, a realidade não poderia ser uma surpresa, tal como os instrumentos para o seu controlo.

É um esforço em vão analisar o que todos andámos a fazer ao longo destes meses. Em condições de trabalho tremendamente difíceis, em cada ambulância, em cada hospital, profissionais de saúde dão o seu melhor. É-lhes devido apreço, gratidão, solidariedade, e total admiração. Em março eram, e agora são, os nossos melhores.

Esta hora difícil está longe de ser ultrapassada. Apesar da frustração. Para além da revolta. A hora é grave. É necessário manter a clareza do propósito e atuar de forma decisiva. Precisamos de todos, e de cada um. Sabemos que juntos seremos mais e melhores.

#Hoje é a minha crónica semanal publicada no Jornal de Notícias às quartas-feiras.

O artigo integral pode ser lido aqui

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