O início da vacinação para a covid-19 representa uma grande vitória para todos nós. Daí ser esperada a multiplicação de reportagens sobre vacinas, de fotografias, de selfies, de troncos desnudados, de comentários sobre a sensação da picada e da pós-picada, de anúncios das próximas vacinas, etc, à exaustão.

São muitas as perguntas e ainda mais as soluções alternativas ao modelo seguido em Portugal ou, mesmo, por cada hospital. Basta observar a heterogeneidade de soluções seguidas em cada país europeu. Nenhum é isento de pontos fracos. Contudo, após estes penosos meses, importa enaltecer a esperança renovada que a vacinação nos oferece. Importa destacar o papel da solidariedade europeia.

aguardar e proteger primeiro quem realmente necessita

Num espírito otimista, não podemos entrar em euforia. Serão necessários meses para regressar a uma nova normalidade. Não podemos baixar os braços e devemos mesmo reforçar os meios à nossa disposição para controlar a pandemia (o rastreio ativo de contactos continua limitado), e dar resposta aos doentes não covid.

No entretanto, a todos é exigida responsabilidade. Não apenas através da adoção de comportamentos de proteção, mas também, simplesmente, através de sabermos aguardar a nossa vez. Num país empobrecido pelo “amiguismo”, pelo “chico-espertismo”, pelos “conhecimentos” e pelas “cunhas”, daríamos um sinal de desenvolvimento cívico em respeitarmos o outro. Por cada “golpe” existirá, potencialmente, alguém que poderá ficar doente. Alguém mais frágil, alguém com maior risco de contrair a covid-19.

A vacina chegará a todos, saibamos aguardar e proteger primeiro quem realmente necessita.

#Hoje é a minha crónica semanal publicada no Jornal de Notícias às quartas-feiras.

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